O envelope foi colocado, em algum momento, sorrateiramente sob a porta e ali ficou, destacando sua alvura contra o piso tabuado e escuro da sala.
Naturalmente que não por muito tempo: minha loura andarilha apartamentiana fatalmente o encontraria, como realmente acabou acontecendo e, contendo o grito, apressou-se em mostrar-me, embora preocupada com um pequeno rasgão na etiqueta de entrega, o que comprometeria a inviolabilidade da correspondência expressa.
Estava tudo normal com a encomenda e antevendo o conteúdo, seus olhos arregalados brilharam e dedos apressados confirmaram o ansiosamente aguardado documento..
Ali, em suas mãos, naquele diminuto pedacinho de papel, com timbres de verde esperança e as marcas da República, estava a sua carta de alforria, sua permissão para decolagem, seu estampido na linha de largada.
Lina está, finalmente, habilitada.
Não que ela seja uma apaixonada por carros e dirigir não me parece que possa ser um dos seus maiores prazeres.
É que, apesar de todas as vantagens de se morar na Praia do Futuro, como viver pertinho do mar, gozar de um relativo silêncio e ouvir a passarada o dia inteiro trocando lero-lero em trinados intermináveis, além de poder se deleitar com a visão das dunas e seus pés de muricí, a questão transporte acaba se tornando um fator por demais complicado para quem habita aqui.
O mundo jovem civilizado de Fortaleza, com seus shoppings, malls, facus, bares e baladas, fica além das elevações areníticas que delimitam o litoral leste e transpô-las, acelerando com vontade própria e poder lá de cima vislumbrar todas as possibilidades que a cidade oferece, é uma maravilha que, somente nós, os moradores cotidianamente apressados e costumeiramente indiferentes, não percebemos.
Para uma garota de dezenove anos e todos os seus sonhos e vontades é uma perspectiva bastante diferenciada. Algo como poder voar, sem depender das asas dos outros.
O direito de ir e vir é uma prerrogativa expressa na constituição. A caçula agora vai poder exercê-la com mais conforto e comodidade.
Bem-vinda ao mundo solo, meu coração!
Naturalmente que não por muito tempo: minha loura andarilha apartamentiana fatalmente o encontraria, como realmente acabou acontecendo e, contendo o grito, apressou-se em mostrar-me, embora preocupada com um pequeno rasgão na etiqueta de entrega, o que comprometeria a inviolabilidade da correspondência expressa.
Estava tudo normal com a encomenda e antevendo o conteúdo, seus olhos arregalados brilharam e dedos apressados confirmaram o ansiosamente aguardado documento..
Ali, em suas mãos, naquele diminuto pedacinho de papel, com timbres de verde esperança e as marcas da República, estava a sua carta de alforria, sua permissão para decolagem, seu estampido na linha de largada.
Lina está, finalmente, habilitada.
Não que ela seja uma apaixonada por carros e dirigir não me parece que possa ser um dos seus maiores prazeres.
É que, apesar de todas as vantagens de se morar na Praia do Futuro, como viver pertinho do mar, gozar de um relativo silêncio e ouvir a passarada o dia inteiro trocando lero-lero em trinados intermináveis, além de poder se deleitar com a visão das dunas e seus pés de muricí, a questão transporte acaba se tornando um fator por demais complicado para quem habita aqui.
O mundo jovem civilizado de Fortaleza, com seus shoppings, malls, facus, bares e baladas, fica além das elevações areníticas que delimitam o litoral leste e transpô-las, acelerando com vontade própria e poder lá de cima vislumbrar todas as possibilidades que a cidade oferece, é uma maravilha que, somente nós, os moradores cotidianamente apressados e costumeiramente indiferentes, não percebemos.
Para uma garota de dezenove anos e todos os seus sonhos e vontades é uma perspectiva bastante diferenciada. Algo como poder voar, sem depender das asas dos outros.
O direito de ir e vir é uma prerrogativa expressa na constituição. A caçula agora vai poder exercê-la com mais conforto e comodidade.
Bem-vinda ao mundo solo, meu coração!
Quando minha carteira chegou em casa fiquei toda super feliz!!! Eu ADOROOOO dirigirrr! Infelizmente não temos carro próprio, o que ainda me impede de desfrutar dessa liberdade! Mas achei importante já ter o documento e o tirei com o maior prazer do mundo. ^^
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