domingo, 12 de setembro de 2010

Sete verdades!

O porque de algumas criaturas serem privilegiadas pela natureza, com uma lucidez e discernimento impressionantes, em detrimento de todos os demais viventes, é uma questão que talvez eu nunca consiga explicar.
Me desfiz do meu armário de fitas VHS, reminiscência dos meus tempos de video maker e reví, colada na porta, um recorte de jornal com essa jóia do pensamento de Kalil Gibran:

"Sete vezes desprezei a minha alma."

"Quando a vi disfarçar-se de humilde, para alcançar a grandeza."
"Quando a vi coxear na presença de coxos."
"Quando lhe deram a escolher entre o fácil e dífícil - e ela escolheu o fácil."
"Quando ela cometeu um mal, e consolou-se com a idéia de que outros também cometem o mesmo mal."
"Quando aceitou a humilhação por covardia e atribuiu isso a sua virtude e tolerância."
"Quando desprezou um rosto por julgá-lo feio, e não notou a beleza de um espírito."
"Quando considerou algum elogio como o reconhecimento de sua capacidade."

Um comentário:

  1. Então, um homem disse-lhe:
    Fala-nos do conhecimento de si. E ele respondeu:

    Os vossos corações conhecem, no silêncio,

    os segredos dos dias e das noites.

    Mas os vossos ouvidos têm sede de ouvir finalmente

    o eco do saber dos vossos corações.

    Gostaríeis de saber pelo verbo

    o que sempre soubeste pelo pensamento.

    Gostaríeis de sentir com os dedos

    o corpo nu dos vossos sonhos.

    E está certo que assim o queirais.

    A fonte oculta da vossa alma deve necessariamente

    jorrar e correr a murmurar para o mar;

    e o tesouro das vossas profundezas infinitas

    revelar-se aos vossos olhos.

    Mas que não haja balança

    que pese o vosso tesouro desconhecido;

    e não procureis explorar os abismos do vosso saber

    com a vara ou com a sonda,

    pois o eu é um mar sem limites e sem medida.

    Não digais: «Encontrei a verdade»,

    mas antes: «Encontrei uma verdade.»

    Não digais: «Encontrei o caminho da alma.»

    Mas antes: «Cruzei-me com a alma que seguia pelo meu caminho.»

    Pois a alma percorre todos os caminhos.

    A alma não caminha sobre uma linha

    nem se alonga como uma vara.

    A alma abre-se a si própria

    como se abre um lótus de inúmeras pétalas.

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