Em papo de biriteiros, rolou a pergunta do grande amigo afro-lusitano-açoriano : Por que os brasileiros insistem em afirmar Santos Dumont como o inventor do avião, se se sabe que os irmãos Wright voaram antes dele?
Afora o bairrismo exagerado dos habitantes do nosso colonizado país - compreensivo, até certo ponto - as circunstâncias daquele período de grandes e incessantes descobertas, talvez expliquem a existência da eterna polêmica.
É incontestável, pela data do evento, 17 de dezembro de 1903, que a primazia de se lançar ao ar com um aparelho voador controlado, “mais pesado que o ar”, coube aos irmãos Wilbur e Orville Wright, com seu Flyer 1. Feito reconhecido, inclusive, pela Fédération Aéronautique Internationale.
Os que contradizem a distinção, argumentam que os Wright se utilizaram de uma espécie de catapulta e de uma colina na praia de Kitty Hawk para alavancar o aeroplano, além do fato de não existirem testemunhas e nem registro algum do acontecimento.
Os que a defendem, alegam que os artifícios utilizados eram apropriados para se tirar proveito dos fortes ventos predominantes no litoral da Carolina do Norte, USA e que a falta de documentação motivou-se exclusivamente pela acirrada disputa da patente da criação, já que inúmeros concorrentes em todo o mundo utilizavam-se dos resultados alheios para proveito próprio.
A verdade é que não existe um inventor para o avião. Artefatos que resultam de várias tecnologias são provenientes da condensação do trabalho de muitas pessoas, em diversos campos distintos. Inclusive porque, se o mérito da invenção tivesse que ser dirigido a alguém, o detentor seria o cientista inglês George Cayley, que criou, cem anos antes, um aeromodelo de planador auto-estável, considerado o primeiro aeroplano da história e que serviu de inspiração aos demais modelos advindos.
De fato, o primeiro vôo controlado de um mais pesado que o ar, com propulsão a motor, foi feito pelo francês Clément Ader, em 9 de outubro de 1890; mas, realizado sob segredo militar, somente foi divulgado muitos anos depois. Oficialmente os americanos voaram primeiro, já que o vôo do 14 BIS somente ocorreu em 23 de outubro de 1906.
Porém, quem tiver a curiosidade de se inteirar sobre a história de Santos Dumont, poderá conhecer a sua extraordinária obstinação em se alçar aos ares, desde a última década do século XIX, com seus balões, depois dirigíveis - que quase o mataram, em diversos acidentes – até 1910, ano em que encerrou as atividades da sua oficina, quando começou a sofrer de esclerose múltipla.
Afora o bairrismo exagerado dos habitantes do nosso colonizado país - compreensivo, até certo ponto - as circunstâncias daquele período de grandes e incessantes descobertas, talvez expliquem a existência da eterna polêmica.
É incontestável, pela data do evento, 17 de dezembro de 1903, que a primazia de se lançar ao ar com um aparelho voador controlado, “mais pesado que o ar”, coube aos irmãos Wilbur e Orville Wright, com seu Flyer 1. Feito reconhecido, inclusive, pela Fédération Aéronautique Internationale.
Os que contradizem a distinção, argumentam que os Wright se utilizaram de uma espécie de catapulta e de uma colina na praia de Kitty Hawk para alavancar o aeroplano, além do fato de não existirem testemunhas e nem registro algum do acontecimento.
Os que a defendem, alegam que os artifícios utilizados eram apropriados para se tirar proveito dos fortes ventos predominantes no litoral da Carolina do Norte, USA e que a falta de documentação motivou-se exclusivamente pela acirrada disputa da patente da criação, já que inúmeros concorrentes em todo o mundo utilizavam-se dos resultados alheios para proveito próprio.
A verdade é que não existe um inventor para o avião. Artefatos que resultam de várias tecnologias são provenientes da condensação do trabalho de muitas pessoas, em diversos campos distintos. Inclusive porque, se o mérito da invenção tivesse que ser dirigido a alguém, o detentor seria o cientista inglês George Cayley, que criou, cem anos antes, um aeromodelo de planador auto-estável, considerado o primeiro aeroplano da história e que serviu de inspiração aos demais modelos advindos.
De fato, o primeiro vôo controlado de um mais pesado que o ar, com propulsão a motor, foi feito pelo francês Clément Ader, em 9 de outubro de 1890; mas, realizado sob segredo militar, somente foi divulgado muitos anos depois. Oficialmente os americanos voaram primeiro, já que o vôo do 14 BIS somente ocorreu em 23 de outubro de 1906.
Porém, quem tiver a curiosidade de se inteirar sobre a história de Santos Dumont, poderá conhecer a sua extraordinária obstinação em se alçar aos ares, desde a última década do século XIX, com seus balões, depois dirigíveis - que quase o mataram, em diversos acidentes – até 1910, ano em que encerrou as atividades da sua oficina, quando começou a sofrer de esclerose múltipla.
Genial em suas idéias e experimentos, foi ele, inquestionavelmente, quem equacionou os problemas de decolagens e aterrissagens, o que lhe rendeu, com muita justiça, o epíteto de “pai da aviação”. Tanto é verdade que, menos de um ano após sua façanha no campo de Bagatelle, todos os inventores aeronautas importantes estavam voando.
Seu revolucionário Demoiselle (1907), precussor do ultraleve, com que o mineiro de Palmira visitava seus amigos aristocratas nos arredores de Paris, pousando nos gramados das mansões campestres para tomar um chá, tornou-se, com a distribuição gratuita dos projetos, o primeiro avião a ser produzido em série na história. Cerca de 300 foram confeccionados pela fábrica Clément Bayard.
Comparando-se as duas imagens abaixo, separadas cronologicamente por menos de 70 anos, comprova-se que a genialidade e talento de um homem, independentemente da nacionalidade ou atribuição de alguma realização, pode colocá-lo em um patamar muito acima dos demais e bem à frente do seu tempo.
Seu revolucionário Demoiselle (1907), precussor do ultraleve, com que o mineiro de Palmira visitava seus amigos aristocratas nos arredores de Paris, pousando nos gramados das mansões campestres para tomar um chá, tornou-se, com a distribuição gratuita dos projetos, o primeiro avião a ser produzido em série na história. Cerca de 300 foram confeccionados pela fábrica Clément Bayard.
Comparando-se as duas imagens abaixo, separadas cronologicamente por menos de 70 anos, comprova-se que a genialidade e talento de um homem, independentemente da nacionalidade ou atribuição de alguma realização, pode colocá-lo em um patamar muito acima dos demais e bem à frente do seu tempo.