quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

89's


Fluída, de baixa viscosidade, a vida tende a escorrer entre os dedos, por mais que comprimamos as mãos, em nossas incontáveis e infrutíferas tentativas de contê-la.
Volátil, o tempo insiste em “evaporar-nos”. Delicada, a fragrância da existência esparge seu aroma único, tanto mais agradável quanto maior a admiração por aquele que o exala.
Poderia tecer infindáveis loas às tuas várias qualidades. Ou desfiar teus inúmeros enganos.
Contudo, apenas observo...
Reconheço-me nos teus erros. Vejo-te humano, como tanto te desagradas. “Aliud vitil est” – cada um tem seu defeito (Terêncio). Por que serias diferente?
Mas, comprazo-me com teus êxitos. E eles são tantos. Tento sorver o que de melhor possuis. Felicito-me na tua perene alegria de viver, de debochar da vida com escrutínio incomum.

Que a Natureza, que sempre te foi pródiga, continue ofertando-te suas benesses.

Fazer 89 anos pode ser doce, mas não é mole não...
Te amo, velho! Feliz aniversário!